No final do quarto século de
nossa era uma mulher era filósofa e professora em Alexandria, no Egito. Seu nome é Hipácia. Essa mulher estuda e
trabalha em uma das maiores bibliotecas da história da humanidade, a “Biblioteca
de Alexandria”. Nesta alguns chegam a achar, hoje em dia, que centenas de
milhares de manuscritos que tratavam de todo o conhecimento humano de então existiam
neste local. Para se ter uma ideia, sabemos que neste “primeiro centro de
pesquisa” havia estudos de Hipárco que mapeou as constelações e estabeleceu a
magnitude das estrelas, medida que usamos até hoje, de Euclides que com sua
geometria foi referência na matemática por milhares de anos, de Herófilo que
afirmou ser o cérebro, e não o coração, como se achava então, o centro da “razão
humana” e da grande astrônoma, matemática, médica e diretora da escola
neoplatônica de Alexandria, Hipácia, que viveu em uma época onde as mulheres
essencialmente eram consideradas inferiores aos homens, mas que mesmo assim
conseguiu se sobressair nesta sociedade machista. A sua vida e a sua morte estiveram
intimamente ligadas ao declínio desta grande biblioteca sete séculos após a sua
fundação.
O filme mostra bem este momento
de destruição da civilização clássica que havia criado a Biblioteca de Alexandria,
mostrando a decadência que ocorria pelo confronto religioso entre os velhos
deuses pagãos do antigo Império Romano e o novo único Deus do Império Cristão. Além
disso, trata da escravidão que era à base do mundo antigo e que estava também agonizando
juntamente com este mundo. É nesse jogo de conflitos culturais e sociais e
religiosos que Hipácia vai estar. Nele ela se mantém fiel as suas ideias e
preocupações científicas, o que acabará por ser mortal para uma mulher naqueles
tempos. Principalmente quando, por suas ideias, ela “desafiar”, por pensar
diferente, o novo poder que se instituía, o bispo Cirílo. Por representar o
mundo “pagão”, que a Igreja nascente tentava destruir, Hipácia acabou por ser detestada
e odiada pelos cristãos fanáticos, encabeçados por Círilo, e por isso foi morta.
Ela foi cercada por esse grupo de fanáticos quando estava indo ao trabalho e
foi morta, esfolada viva, talvez com conchas, que retiravam sua pele e sua
carne dos ossos ! Seus restos mortais foram queimados, seus trabalhos
destruídos e seu nome esquecido. E Cirílo, após sua morte, foi canonizado e
virou Santo.
É desta história que trata o
filme Alexandria, que apesar de ser uma obra de ficção, trabalha muito bem a
história dessa grande pensadora e de sua época de agonia e mudanças.
Veja o trailer do filme
:) Filmão vai ser dia 30/03/2012, Fúria de Titãs 2. Porém, Alexandria deve ser um bom filme pelo simples fato de ter sido indicado por um cara como o senhor professor!
ResponderExcluirO filme é mt bom.. adorei!
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